Você já se sentiu só, mesmo cercado por pessoas? A solidão de quem lidera uma distribuidora, muitas vezes, não é apenas sobre a ausência de companhia, mas sobre a sobrecarga de responsabilidades e as dificuldades invisíveis que cada decisão traz. E, ao que tudo indica, essa sensação não é exclusiva de alguns. Uma pesquisa realizada para o Itaú Empresas revela que a sobrecarga e a solidão no dia a dia são os principais fatores que contribuem para o aumento do cansaço e do estresse. Segundo o estudo, 62% dos líderes de pequenas e médias empresas brasileiras enfrentam essa realidade.
No dia a dia, muitos gestores de distribuidoras no Brasil enfrentam uma rotina desafiadora, marcada por uma operação complexa. “O alto volume de pedidos, os prazos apertados, as margens reduzidas, o risco de inadimplência e a instabilidade nas relações com fornecedores” criam um cenário que exige atenção constante. Além disso, “a tributação complexa e o alto turnover das equipes comerciais” tornam a gestão da distribuidora ainda mais desafiadora.
Conversamos com Rafael Rojas, fundador e diretor da Target Sistemas e da Sprint Distribuição, especializada em produtos saudáveis em São Paulo. Com a experiência de quem vive essa realidade na pele, ele compartilhou suas percepções sobre a solidão na gestão e como a tecnologia, em especial um ERP para distribuidoras, pode ser uma grande aliada para tornar o dia a dia mais leve.
As principais causas da solidão na gestão
1. Pressão diária e operação complexa
Segundo Rafael, a “distribuição tem uma operação com características que submetem o gestor a uma pressão intensa e diária.” O alto volume de pedidos e itens movimentados, prazos curtos para entrega, margens apertadas, o risco de inadimplência e a complexa tributação para um mix diversificado de produtos são fatores que exigem atenção constante. Além disso, o risco de uma virada de mesa de fornecedores torna essa pressão ainda mais desafiadora, criando uma rotina exaustiva para o gestor de operações de distribuição.
2. Equipes enxutas e tomada de decisões centralizada
“É uma condição para sobrevivência que algumas empresas trabalhem com equipes enxutas, concentrando as principais análises e decisões em poucos gestores (muitas vezes em apenas um)”, ressalta Rafael. Esse cenário de centralização de decisões, muitas vezes em apenas um gestor, faz com que a sobrecarga de responsabilidades em uma distribuidora se amplifique, tornando difícil a delegação e aumentando a sensação de solidão.
3. Falta de visibilidade e conexão com o mercado
Rafael também destaca que, “dependendo do nível de organização e porte da distribuidora, toda a energia do gestor estará voltada à sua operação, com poucas chances de olhar para fora, conhecer outras opções ou inovações em gestão e tecnologia, ou simplesmente a troca de experiências com outros gestores do setor.” Essa falta de visibilidade e conexão com o mercado limita o acesso a inovações e melhores práticas de gestão de distribuidoras, o que pode gerar um ciclo de solidão no qual o gestor sente que está sempre lidando com os mesmos problemas sem recursos suficientes para buscar soluções externas.
A tecnologia como solução e a parceria como diferencial
Mas há formas de aliviar esse peso da solidão. Incialmente contando com um ERP especialista em distribuição. “Um ERP voltado para a operação deixou de ser um diferencial e passou a ser uma necessidade básica.”, segundo Rafael.
A credibilidade no fluxo das informações, reduzindo retrabalhos e eliminando erros, diminui a necessidade de controles paralelos e preocupações do gestor. A geração de informações gerenciais ágeis, em tempo real, flexíveis e confiáveis, facilita a leitura e análise da situação de cada aspecto do negócio, permitindo decisões rápidas e seguras. O tempo do gestor passa a ser aplicado em oportunidades de melhorias e expansão. Acaba a dependência permanente de sua intervenção na rotina da operação.
Nesse cenário, o papel de um fornecedor de tecnologia vai muito além da simples venda de um sistema. “Para um distribuidor, em especial, o ideal é contar com um parceiro tecnológico que tenha soluções aderentes às diversas áreas da operação e possa trazer a experiência de outras empresas, na busca das melhores práticas e processos” explica Rafael.
Uma empresa que se propõe a fornecer soluções tecnológicas pode assumir diferentes papéis. Pode, por exemplo, apenas comercializar licenças de uso ou sistemas generalistas. Mas, para realmente fazer a diferença, precisa ir além disso: deve atuar como um parceiro próximo e especializado, agregando experiência e garantindo que a tecnologia se traduza em resultados concretos para a distribuidora.
Muitos gestores enfrentam dificuldades sozinhos, sem ter com quem compartilhar suas preocupações. Alguns até brincam que desabafam no chuveiro, justamente por não encontrarem ninguém para dividir as questões da operação. É por isso que um fornecedor de tecnologia precisa ir além de vender um sistema: deve ouvir o cliente, entender as necessidades reais da operação e oferecer soluções que realmente façam sentido, com base no conhecimento do segmento.
Por isso, o investimento em um sistema ERP para distribuidoras, aliado a um suporte próximo e experiente, acelera os resultados e coloca a empresa em uma rota positiva contínua. Tecnologia é essencial, mas parceria e conhecimento de mercado fazem toda a diferença.
O caminho para uma gestão mais eficaz e colaborativa
Rafael destaca que “o distribuidor autêntico é o melhor parceiro que o varejista pode ter.” As visitas frequentes, a oferta do mix adequado, o abastecimento fracionado e diverso, a entrega ágil e precisa, o apoio na exposição, precificação e giro, além da garantia de troca por vencimento, fazem do distribuidor um parceiro confiável e consistente. A preocupação legítima com o fortalecimento de cada PDV é o grande diferencial que o distribuidor pode apresentar frente a outros fornecedores.
Portanto, cabe ao gestor de distribuidoras estar atento às necessidades e oportunidades em cada um de seus clientes, conforme a categoria de produtos, canais e regiões atendidas. A ampliação de seus serviços com ações e campanhas que melhorem o desempenho de seus produtos na ponta, junto aos consumidores, fortalecem os laços de confiança e parceria entre distribuidor e varejista.
“Conquistada essa posição, o trabalho ganha muita qualidade e rentabilidade. Esse é o caminho”, conclui Rafael.Em tempos de desafios, lembre-se: a jornada de gestão de uma distribuidora não precisa ser solitária. A colaboração e o olhar atento ao mercado e às tecnologias certas podem transformar essa experiência.